Tuesday, December 15, 2020

Ragnarök


Bom, agora sim, os anos 10 estão acabando (não, não foi ano passado), e que final de década, heim... Todo ano eu acabo pesando os prós e contras e acabo me dando conta que meu ano nem foi tão ruim quanto de todo mundo que fica reclamando. Mas esse ano está bem difícil de fazer isso. 2020 foi um ano bom? Nem fodendo!!! Eu comecei o ano desenhando a HQ enquanto trampava de catsiter pra uma amiga que foi tirar férias em Portugal. Ao mesmo tempo eu estava trabalhando pra caramba, com turnos em lugares longe de casa, diferente do final do ano passado quando estava trabalhando a poucas quadras de casa. Já estava rolando greve dos professores, o que reduzia minhas horas e opções de lugares para trabalhar, mas além do trampo e do karaokê (um dos trabalhos mais legais que eu já tive na vida), eu tinha o Student Union (um dos piores trabalhos que eu já tive) e cheguei a dar um workshop sobre colorização de quadrinhos na faculdade. Também fiz uma campanha no Kickstarter (que por mais que eu soubesse que não seria fácil, eu não imaginava que seria um fracasso tão grande). Das três matérias que eu peguei seu só estava gostando de verdade de pintura (que aliás foram as melhores matérias com os melhores professores). A aula de pintura digital me trouxe pouquíssimo conhecimento novo e embora História da Ilustração até tenha sido um curso interessante a OCAD é uma faculdade muito cara para que eu aproveite os cursos teóricos sem dor no coração. 

Mas ai veio o COVID e o mundo mudou. Acabou o karaokê, perdi o emprego e fiquei dependendo da ajuda do governo, nem estou reclamando disso, pois a ajuda era bem boa, principalmente se comparada com a do Brasil. Mas fiquei isolado em casa tomando conta do Goonie, desenhando, bebendo e batendo papo com o pessoal aqui no Brasil. Fiquei em Toronto por tempo o suficiente para terminar a HQ e acabei voltando pro Brasil no meio de agosto. 

Tô feliz de ter voltado? Sim e não. Eu já estava de saco cheio de algumas coisas lá do Canadá, mas adorava outras, e olhando pra trás as coisas que me irritavam por lá, me irritam aqui também. Em compensação a situação aqui é surreal, eu realmente não consigo ver luz no fin do túnel para o Brasil. Eu nunca gostei do PT, mas o Bolsonaro consegue ser pior que o Lula em questões de corrupção e mais burro que a Dilma quando abre a boca. E o Covic? Parece até que os caras ficaram contentes com uma "solução" para o problema da previdência... deixa a doença rolar, e morre o máximo de velho e pobre possível que depois a economia se regula... bando de filho da puta... 

Fora isso, eu tenho vantagens também de estar de volta tô super bem instalado (apesar desse calor desgraçado) tô perto da minha mãe, da minha irmã, do meu pai de vários amigos, mas por mais que eu ainda tenha esperança em voltar pro Canadá, eu acho que essa porta está se fechando lentamente... para poder voltar eu tenho que pelo menos juntar uma boa grana e o dolar cair, mas se minha vida pessoal continuar nesse marasmo, eu realmente não vejo por que não voltar... 

Sei lá, eu estava conversando com um amigo ontem enquanto jogava e fiquei pensando sobre essa década como um todo. Meu último namoro durou três meses terminou há mais de 8 anos. Em 2011 eu mudei de apartamento, fui morar com a Xé. Também foi o ano do fim (definitivo) do meu relacionamento com a Cris, em um determinado momento eu joguei tudo pra cima e fui pros Estados Unidos me reencontrar, mas me encontrei mesmo foi em Belo Horizonte. Resolvi parar de insistir em trabalhos idiotas de design e me dedicar mais à quadrinhos e ilustração. 

Publiquei 4 Ozmans nesses últimos dez anos. Desenhei 376 páginas de quadrinhos em diversos projetos (quase metade foi pra Meta), fiz 7 tatuagens, visitei 9 países, fiquei fora do país por  3 anos (somando as 3 experiências). Participei de convenções de quadrinhos onde vendi pra caramba e outras onde tomei prejuízo. Sai com umas umas 15 mulheres, me apaixonei, me diverti, me decepcionei, magoei e fui magoado. Passei um tempo em que eu não queria me apaixonar por ninguém que não queria namorar, pois meu plano era ir embora do Brasil, e hoje eu não faço plano nenhum... O bom de colocar isso "no papel" é entender a minha parcela de culpa. Freyja não tem me ajudado muito? talvez não, mas eu preciso aceitar a minha parcela de culpa também, pq eu desperdicei oportunidades ou estraguei relacionamentos que podiam ter dado certo por causa de planos que no final não deram certo. Mas se eu não tivesse tentado eu provavelmente estaria aqui reclamando de outra coisa, né?

Anyway, ainda temos mais umas semaninhas antes do final do ano, e eu ainda preciso fazer o meu cartão de boas festas e algumas outras coisas. Esse final de semana tem Butantã Gibi Con (a ilustração acima foi pra um poster que fiz pra eles), e eu quero dar um pulo em São Paulo. 

Humor: nhé...
Ouvindo: Anthem for the Year 2000 (Silverchair)
Lendo: Monstro do Pântano (volume 1)
Assistindo: Clone Wars
Jogando: Injustice
Comendo: dadinho de tapiova

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